quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Independência

Noite alta, escura noite
De meia-lua no céu dos solitários
Independência, adeus açoite?
Amarras nos corações abandonados!

Numa noite destas, a cama vazia
E um corpo que esfria antes de se deitar
Numa noite destas, a cama vazia
O vento assovia, mas passa sem entrar

Foram tantos corpos, tantas moradas
Tantos apegos deixados no tempo
Independência, para que te quero?
De que me vale nos solitários momentos?

A gente nasce, cresce e padece
Do mesmo mal, todo ser humano
A gente mal nasce, já cresce e padece
Por serem tão imensos os desenganos.

Numa noite destas, a cama vazia, e uma saudade que vem medusa em olhos:
Uns olhos de noite estática e fria com os quais aprendi a olhar fundo nos olhos, de uns outros olhos céu azul de dia, que me faziam lembrar os calmos olhos de um filho de Oxaguiã que outrora foram uns olhos de mal-amar...De tantos olhos, acho que ceguei pra noite.

(Os gatos só são pardos até o acordar)

Numa noite destas, indecente desepero
Que é mais açoite a solidão na cama vazia,
Pr`um coração tão habituado ao cativeiro.

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