terça-feira, 27 de abril de 2010

Boca de Siri

Ai, me calar...
Melhor solução para mim
Porque se eu retrucasse, bruaca
Minha matraca não teria fim!

Só não te chamei de costa-oca,
mal-amada dos infernos e o raio que a parta
Porque desde pequenininha
Aprendi com minha mãezinha: "No grito nada se consegue!"
Por isso hoje, nem te digo nada!

Nem que vá arranjar alguém que lhe ame, ingrata
Nada de pata na sua lata, nada de pontapé
Você já é feia e mal lavada
E além de tudo, é mulher.

E com mulher que é coisa da minha laia,
Que eu sei que tem veneno
Eu não me meto, sua lacraia!
Eu prefiro congelar no sereno!

Te peço assim com jeito, então enxerga:
Sai de mim coisa ruim, me erra!
Nesta terra eu inda sou forasteira, eu sei...
Mas não te meta, que se o bicho pega
A raiva me cega, esqueço da lei.

E nem adianta me botar ziquizira,
Perseguindo meus passos pela ladeira,
Que nem com reza brava me pega na corrida...
Posso ser boa, mas não estou de bobeira!


(E para maiores efeitos, como toda mulher,
também sei ser feiticeira.)