terça-feira, 28 de junho de 2011

Uma média e dois pão na chapa.

Seu garçon, lhe peço sem vontade
Uma média e dois pão na chapa
Pro pão uma chapa bem quente
Pra média uma gota de mágoa

Bota neste pão a manteiga
E açúcar dentro do café
Capriche sem ser miserento
Tenha pena desta infeliz mulher

De amarga já me basta a vida
Tanta média para pouca atitude
Já se engole a seco tanta desdita
Já me resta hoje tão pouca saúde

Me traga agora na base de Noel
Uma boa média que não seja requentada
Que eu não estou disposta a ficar exposta
Mesmo vindo ao mundo pra ser condenada

Seu garçon, me traga depois
Uma boa dose de lirismo
Porque sem ele eu não dou cabo disso
É demais o mundo em seu egoísmo

O que pode senhor, uma triste mulher
Desejar desta vida além?
De engolir untado o desagrado
E empurrar goela abaixo o desdém?

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