Daniel resolveu que vai viajar. Vai pendurar mochila nas costas e ganhar mundo por aí.
Sabe desde pequeno que menor é o mundo, já correu miúdo Oceania, já sempre viu o pai sair e voltar, sabe que mundo é morada de muitos mas que as coincidências também sendo muitas, fazem com que todos acabem nesta vida se esbarrando em algum canto de cidade.
Daniel meu amor, vai viajar, correr Zoropa de mochila nas costas, alfaia e violão.
Sabe que país é grande, mas menor é o mundo, desde garoto viu a irmã mais velha sair de mochila nas costas, foi morar tão longe que vinha rara, cheia de sotaques e novidades, ficava bravo se a desconhecia, mas hoje tambem já mudou de sotaque e arrasta mineiramente os uais e sôs.
Daniel meu moreno vai para uma terra que ouvi dizer ser cheia de tulipas, as mais belas tulipas, que se fosse outrora ele cuidaria com especialidade, saberia dos fungos e das pestes, mas hoje Daniel quer saber de tulipas só como presente pras namoradas, de flores só para enfeitar cordão de maracatu, para colorir fotos e cenas. Daniel quer das plantas as alucinações mais belas. O meu Daniel agora quer saber é de arte.
Vai menino grande, vai jovem homem abrir horizonte. Vai que hoje já sou eu quem mais te admira e este mundo velho sem porteira é todo seu. Eu cheguei primeiro só para te dizer que o mundo, meu amor, é uma maravilha, e que a arte é a única verdadeira razão da existência. A arte é o amor traduzido, é o espírito em forma e eu cheguei primeiro só para saber que um dia, quando chegaste a sua hora, eu seria aquela a torcer por cada dia de luz e sol em teu caminho.
Daniel vai viajar, vai correr estrada afora bem sozinho, como se nasce e se morre neste mundo. Vai ganhar experiência, vai se doar, vai amar, vai crescer, sentir saudade. De saudade um dia padeço eu de ti, carinho.
Vai Daniel! Vai meu Dandan virar passarinho...
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