A arte, ao artista expõe. É uma sátira ao íntimo, um delicado escracho.
Uma vez feito tinta, feito acorde ou palavra, tudo aquilo o que o artista é se esvai de si mesmo e preenche a grande tela: Te enganas em pensar que serás infinitamente criador da vida!
A arte não aumenta, meu amigo!Ela diminui, sua pelos poros a cada pincelada, a cada nota.
A arte é apenas o efeito de dissipar-se.
É por isso que os velhos vão perdendo o vigor de seus músculos, a cor dos cabelos e enfraquecem aos poucos a voz. Tu, que és artista. Reparas num velho poeta a construir um barco, vês os lábios murchos a sorrir. Tu, artista. Que te expões e te esvais, que murchas. Tu que és pescador, vês o velho e pensas:
Quanta beleza já emprestaste ao mundo!
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