terça-feira, 12 de julho de 2011

Uma cigana.

Cruzou a cigana comigo, me pediu a mão em troca de nada. Trazias notícias de vidas passadas, oráculo preciso do mistério: - Vem minha filha, deixa eu ler tua mão.
Eu relutante mas ainda mais curiosa, espalmei.
Olhou atenta minha mão direita, tornou olhar. Eu sabia por quê ela se questionava. Não esperava encontrar em minha palma uma cicatriz tão profunda que rasga do mindinho ao dedão.
Olhou-me com seus olhos negros profundos e desolada me disse apenas que se havia destino para mim traçado, a própria vida já havia tratado de desfazer as linhas, espalhá-las, mas sem que as reorganizasse. A cigana temeu por minha sorte, eu vi em seus olhos o que ela não havia sido capaz de enxergar em minha mão. Pobre diaba, apenas atravessei a rua e continuei minha caminhada em direção a lugar nenhum.

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