terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Menino na Madrugada

O menino na madrugada,
Olhos de estrela recém-caída
Tinha a frase decorada
Sobre as moedas que pedia

“Pro café”- só repetia
De rostinho contraído
De rostinho contorcido
De filhote desesperado

Entreguei o tal trocado
Então perguntei por fim,
Do que mais que carecia:
- Pode pedir para mim!

Ele estático me olhava
Qual olhasse um abismo do topo

- não que nada precisasse -

Mas de tanto que carecia,
Já não tinha sequer palavra
A miséria havia lhe comido até as idéias.

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