A minha alma tem cor cigana,
O meu telhado é feito de estrelas
Dos meus cabelos teço minha cama
De minhas pernas descem corredeiras
A minha alma tem fogueira acesa
E um violão que toca no sereno
Tem o ruído assustador da mata
E o olhar do moço mais moreno
A minha alma, esta aonde habito
Eu não limito, pois não tem tamanho
Quão mais eu penso que ela cala o grito
Tão mais me soa o grito a mim estranho!
E em luas cheias, luas como esta
A minha alma é festa, é força insana
A poesia: tudo o que me resta
É um antídoto ao coração em chama.
(Ou quem sabe a poesia a alma alisa, o peito inflama e pela lua, feito bicho clama?)
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