segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Embarcações

Olha só, lá vai um grande amor
Fazendo a curva numa risca escura
Naquela tênue e embaçada linha
Pela beirada, vai o amor pro nunca

Tem um incômodo ao vê-lo indo
E por fazer a curva sem dar seta
Eu quase achei que ia só sorrindo
Dissimulou tão bem a linha reta!

Será que alguém de dentro dele chora
Ou vai o amor abanando o seu lenço
Mas sou só eu lá dentro dele e penso:
Os lenços são bem como as gaivotas

Que dançam livres ao sabor do vento
Embora tanta salmoura por fora
E simbolizam ora o lamento...
Ora a certeza de quem vai embora

Lá foi o amor fazendo a curva escura
Anzol e linha vão barcaça adentro
Quem sabe um vento, outra aventura
Quem sabe a dura proa de meu peito.

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