O menino na
madrugada,
Olhos de
estrela recém-caída
Tinha a frase decorada
Sobre as moedas que pedia
“Pro café”- só repetia
De rostinho contraído
De rostinho contorcido
De filhote desesperado
Entreguei o tal trocado
Então perguntei por fim,
Do que mais que carecia:
- Pode pedir para mim!
Ele estático me olhava
Qual
olhasse um abismo do topo
- não que
nada precisasse -
Mas de tanto
que carecia,
Já não
tinha sequer palavra
A miséria
havia lhe comido até as idéias.