Rebelar-se contra um desejo
É em vão
brigar para perder a luta
Pois o desejo é como Besta-Fera
Nos come
o talo, as folhas e a fruta
Aos poucos chupa
a polpa e o caroço
Deixando um gosto de gozo e bagaço
Não teme ácido nem cicuta:
Amarra a
boca e aperta o laço
Mas se inocente se rebelar o pobre
A este fogo que arde quanto pulsa
Não se fará
vencedor mais nobre
Nem ganhador
da contenda injusta
Fará apenas
amargar por dentro,
E apontar
com ares de repulsa
Àqueles que ao Desejo-Rei –Supremo
Não negam peito nem travam disputa,
Pois se é a vida um sopro passageiro
Que murcha feito a flor sob o mormaço
É do desejo o breve meio-tempo
Entre nascer e morrer de cansaço.
Pois o desejo é como o dorso da onça onde o homem está sentado.
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