A minha alma tem cor cigana,
O meu telhado é feito de estrelas
Dos meus cabelos teço minha cama
De minhas pernas descem corredeiras
A minha alma tem fogueira acesa
E um violão que toca no sereno
Tem o ruído assustador da mata
E o olhar do moço mais moreno
A minha alma, esta aonde habito
Eu não limito, pois não tem tamanho
Quão mais eu penso que ela cala o grito
Tão mais me soa o grito a mim estranho!
E em luas cheias, luas como esta
A minha alma é festa, é força insana
A poesia: tudo o que me resta
É um antídoto ao coração em chama.
(Ou quem sabe a poesia a alma alisa, o peito inflama e pela lua, feito bicho clama?)
quinta-feira, 25 de abril de 2013
terça-feira, 9 de abril de 2013
Brindei Comigo
Brindei comigo um brinde antigo
Andava mesmo com saudade de mim!
De ter a sós com meu umbigo
Um bate-papo de botequim
E disse eu mesma: Como vamos?
E respondi, nem bem nem mal;
Pois já que agora aqui estamos
- E já que o papo é pessoal-
Deixa para lá os desenganos
Que eu nunca fui de baixo astral.
Que coisa boa ter comigo
Um lero-lero de botequim
Que começou com poesia
E terminou também assim
O céu estava uma beleza
E a minha mesa era só eu
Agradecendo a Natureza
Por todo bem que já me deu
Brindei comigo um brinde antigo:
Maior é Deus, eu sou pequena!
Estava mesmo com (uma baita) saudade
Na minha idade, que felicidade.
Andava mesmo com saudade de mim!
De ter a sós com meu umbigo
Um bate-papo de botequim
E disse eu mesma: Como vamos?
E respondi, nem bem nem mal;
Pois já que agora aqui estamos
- E já que o papo é pessoal-
Deixa para lá os desenganos
Que eu nunca fui de baixo astral.
Que coisa boa ter comigo
Um lero-lero de botequim
Que começou com poesia
E terminou também assim
O céu estava uma beleza
E a minha mesa era só eu
Agradecendo a Natureza
Por todo bem que já me deu
Brindei comigo um brinde antigo:
Maior é Deus, eu sou pequena!
Estava mesmo com (uma baita) saudade
Na minha idade, que felicidade.
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