Quero cantar mas não posso
Trago em mim uma focinheira
Meus ferimentos expostos
E um coração de espinheira.
Uns amores, uns remorsos
E uma canseira comprida
Que tornaram em destroços
Tantas certezas da vida
O meu sonho é uma cascata
Com queda em solo duro
É um pássaro que alçando as asas
Pára de encontro ao muro
Quero cantar, mas não posso
Ninguém mais liga pros poetas
E sem poesia, como acordar pro dia?
Como manter a espinha ereta?
quarta-feira, 13 de março de 2013
quarta-feira, 6 de março de 2013
Intransitiva
Solidão, palavra líquida
Que nem palavra a si se basta
É tão vazia que quase fria
Tem tanto amor, que quase vaza.
Estar-se só, sem companhia
É mais que rude pleonasmo
Tamanha dor até sacia
Quando um é só, acompanhado
- Amar-te assim: um pirilampo na escuridão deixando rastro
Ou ver sumir no eco escuro o som das trovas que eu faço -
Pois solidão fosse ela verbo
Seria verbo intransitivo
Tem o sentido exato e certo
E leva o sujeito sempre consigo.
Que nem palavra a si se basta
É tão vazia que quase fria
Tem tanto amor, que quase vaza.
Estar-se só, sem companhia
É mais que rude pleonasmo
Tamanha dor até sacia
Quando um é só, acompanhado
- Amar-te assim: um pirilampo na escuridão deixando rastro
Ou ver sumir no eco escuro o som das trovas que eu faço -
Pois solidão fosse ela verbo
Seria verbo intransitivo
Tem o sentido exato e certo
E leva o sujeito sempre consigo.
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