Para os Kantovitz Sanglade
Pela terceira vez na semana, sonhei contigo
O que me causou grande espanto – Há trinta anos não te vejo.
Desta vez continuava manso
Objeto de meu carinho, sorridente
Mas perdera dois dentes do fundo e tinha dois dentes verdes da frente, verdes de tanto fumar cannabis.
Te vi cruzar a rua e pulei em teu colo segura: antigo amor, tua saudade cansa como a de um irmão!
Neste instante cruzamos um campo azulado
Havia araucárias e montes escuros
Eu ia montada numa onça pintada e você a cavalo, corria com os cachorros.
Ganhei a corrida e cravei as unhas na onça.
A onça era mansa
A saudade é que não correu. Ficou. Cresceu.
Ferozmente.
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