Ando tão emocionada
Com esta coisa de amizade
Que hoje me convenço
De conhecer a tal felicidade
Ter a palavra, os olhos, o abraço, o aperto de mão
Sem duvida fazem bem
E muito bem! Ao coração
No sorriso de um novo amigo
Que a gente percebe de primeira
Mora o sentido da vida
É a alegria verdadeira
Na Terra, temos breve passagem
E o que será melhor então
Do que levar conosco a bagagem
De quem só abriu o coração?
Eu por mim ando emocionada
E peço a Deus perdão
Pelas minhas vaciladas
(Os erros de qualquer cristão!)
Mas que me dê Senhor, nesta jornada
Além de saúde e pão
Sambas para levar nas madrugadas,
E muitos amigos para levar no coração!
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Falando ao Coração
Coração vadio, por que choras?
Não foi você quem me disse para me soltar, para enganar o amor, para brincar de vento pela cidade antiga, desacreditar de apegos? Então por que penas agora, coração, pela mazela de um porto seguro, pelo acalanto doce de carinhos? Não era tua canção um maxixe dolente?
Coração mesquinho, por que clamas?
Não era melhor solidão, liberdade das ruas, comigo-ninguém-pode, boca de carmim, dia não e dia sim, aventuras secretas, poesia farta, não te dou meu coração por nada neste mundo, meu eu mais vagabundo e insano, neste ano? Não era tua canção um samba-de-breque malandro?
Coração insano, por que mudas?
De verso para prosa com tal facilidade, agoras queres intimidade, aconchego, comidinhas, se você ficar longe o que será de mim, teu cheiro me embriaga e não o de mais ninguém, será que me acha bonita, usarei o vestido que mais gostas. Pensei que não era a tua canção uma valsa de amor!
Coração bicho-do-mato, por que erras?
Não sabes o que queres e na penumbra me deixas, zombas de meu peito caipira, me escangalhas, desdenha, brinca em mim saltitante, assim como a lua enchendo e maltratando a beira dos rios, descabendo do corpo, enlouquecendo a tôa, fazendo drama e alarde, ainda que tarde, já é muito tarde para mudar de idéia. E agora, coração, que me resta? Não era tua canção uma simples seresta?
Por nada haver além, só resta o agora! Mudas de seresta, confessa teu erro na valsa, clamas pelo malandro e segura o tempo neste maxixe dolente! Que és capaz de tudo comigo, coração. Porque em mim em tudo mandas. E porque sei que a mim não mentes.
Não foi você quem me disse para me soltar, para enganar o amor, para brincar de vento pela cidade antiga, desacreditar de apegos? Então por que penas agora, coração, pela mazela de um porto seguro, pelo acalanto doce de carinhos? Não era tua canção um maxixe dolente?
Coração mesquinho, por que clamas?
Não era melhor solidão, liberdade das ruas, comigo-ninguém-pode, boca de carmim, dia não e dia sim, aventuras secretas, poesia farta, não te dou meu coração por nada neste mundo, meu eu mais vagabundo e insano, neste ano? Não era tua canção um samba-de-breque malandro?
Coração insano, por que mudas?
De verso para prosa com tal facilidade, agoras queres intimidade, aconchego, comidinhas, se você ficar longe o que será de mim, teu cheiro me embriaga e não o de mais ninguém, será que me acha bonita, usarei o vestido que mais gostas. Pensei que não era a tua canção uma valsa de amor!
Coração bicho-do-mato, por que erras?
Não sabes o que queres e na penumbra me deixas, zombas de meu peito caipira, me escangalhas, desdenha, brinca em mim saltitante, assim como a lua enchendo e maltratando a beira dos rios, descabendo do corpo, enlouquecendo a tôa, fazendo drama e alarde, ainda que tarde, já é muito tarde para mudar de idéia. E agora, coração, que me resta? Não era tua canção uma simples seresta?
Por nada haver além, só resta o agora! Mudas de seresta, confessa teu erro na valsa, clamas pelo malandro e segura o tempo neste maxixe dolente! Que és capaz de tudo comigo, coração. Porque em mim em tudo mandas. E porque sei que a mim não mentes.
Ibejis
Conta a história dos Ibejis que estes nascem irmãos gêmeos, e dividem ao longo da vida uma mesma alma.
Quando eu sinto você sente, e antes mesmo que você diga eu já pensei naquilo, ou tive a mesma idéia. Porque sem que combinemos, nos vestimos com a mesma cor, pois foi daquela cor que acordou nossa alma partilhada.
E se meu coração sofre, sofre também o seu que bate atrasado e apertado mesmo sem saber a razão e se pergunta: o que está acontecendo comigo? Então busca em mim consolo, e assim fico eu também mais feliz na tua presença, que mesmo quando em silêncio, diz tudo aquilo o que eu precisava ouvir.
As brincadeiras que só nós entendemos, muitos até invejam. E ao verem nossa amizade pensam: o que há com estas duas, será que são loucas, estão de firula ou de fita? E deixamos risonhas os outros pensarem o que bem entenderem porque mesmo que explicássemos, jamais seriam capazes de entender.
Por partilharmos da mesma alma, acho que nascemos com o corpo tão diferente. E foi para que nós mesmas não nos confundíssemos. Mas ainda assim, às vezes me olho no espelho e vejo você, porque também mora em meus trejeitos, na cor de minha pele que contrasta com a sua pele.
Quando eu nasci de mãe e pai no interior, você já tinha nascido de mãe e pai em outro canto distante do país, numa capital cheia de coisas e que bonito, depois de mulheres feitas, nos percebermos Ibejis no primeiro olhar. Você chegou em minha vida já me dando a mão e assim nos reconhecemos irmãs nesta vida novamente. (acho que quando isso aconteceu nossa alma ficou feliz e ganhou força).
Rezo a Deus todos os dias que te conserve assim, perto de mim por muito tempo e que mesmo em ocasião de não nos vermos por muitos e muitos anos, possamos saber da vida uma da outra e possamos também estar perto pela alma e pelo coração. Porque são minhas suas penas e suas pernas, são minhas também suas alegrias e alergias, são meus também seus olhos e seus amores, mesmo aqueles mais vadios, mesmo aqueles que eu te aviso, não vão durar, ou aqueles que quando aconteceram, nós duas nos olhamos e pensamos: aí tem.
Pelas barras que seguramos juntas e as que ainda havemos de segurar. Por você não gostar de quem me maltrata, e ai de quem mexer contigo, pois há de se ver comigo. Pelas nossas músicas preferidas, por aquele meu vestido que fica mais bonito em você, pelo seu jeito de arrumar meu cabelo e me ensinar a limpar as coisas. Pelas viagens que faremos, pelos filhos que teremos um dia e que serão criados como primos, pela grana que um dia te emprestei e esqueci de cobrar, e pelas vezes em que você mesmo não bebendo, me pagou uma cerveja no botequim para que eu ficasse mais calma. Por me dar sempre força e acreditar em mim. Obrigada, minha amada.
Para as minhas Ibejis, Rachel Dantas e Silvinha Dufrayer, com todo o meu amor.
Quando eu sinto você sente, e antes mesmo que você diga eu já pensei naquilo, ou tive a mesma idéia. Porque sem que combinemos, nos vestimos com a mesma cor, pois foi daquela cor que acordou nossa alma partilhada.
E se meu coração sofre, sofre também o seu que bate atrasado e apertado mesmo sem saber a razão e se pergunta: o que está acontecendo comigo? Então busca em mim consolo, e assim fico eu também mais feliz na tua presença, que mesmo quando em silêncio, diz tudo aquilo o que eu precisava ouvir.
As brincadeiras que só nós entendemos, muitos até invejam. E ao verem nossa amizade pensam: o que há com estas duas, será que são loucas, estão de firula ou de fita? E deixamos risonhas os outros pensarem o que bem entenderem porque mesmo que explicássemos, jamais seriam capazes de entender.
Por partilharmos da mesma alma, acho que nascemos com o corpo tão diferente. E foi para que nós mesmas não nos confundíssemos. Mas ainda assim, às vezes me olho no espelho e vejo você, porque também mora em meus trejeitos, na cor de minha pele que contrasta com a sua pele.
Quando eu nasci de mãe e pai no interior, você já tinha nascido de mãe e pai em outro canto distante do país, numa capital cheia de coisas e que bonito, depois de mulheres feitas, nos percebermos Ibejis no primeiro olhar. Você chegou em minha vida já me dando a mão e assim nos reconhecemos irmãs nesta vida novamente. (acho que quando isso aconteceu nossa alma ficou feliz e ganhou força).
Rezo a Deus todos os dias que te conserve assim, perto de mim por muito tempo e que mesmo em ocasião de não nos vermos por muitos e muitos anos, possamos saber da vida uma da outra e possamos também estar perto pela alma e pelo coração. Porque são minhas suas penas e suas pernas, são minhas também suas alegrias e alergias, são meus também seus olhos e seus amores, mesmo aqueles mais vadios, mesmo aqueles que eu te aviso, não vão durar, ou aqueles que quando aconteceram, nós duas nos olhamos e pensamos: aí tem.
Pelas barras que seguramos juntas e as que ainda havemos de segurar. Por você não gostar de quem me maltrata, e ai de quem mexer contigo, pois há de se ver comigo. Pelas nossas músicas preferidas, por aquele meu vestido que fica mais bonito em você, pelo seu jeito de arrumar meu cabelo e me ensinar a limpar as coisas. Pelas viagens que faremos, pelos filhos que teremos um dia e que serão criados como primos, pela grana que um dia te emprestei e esqueci de cobrar, e pelas vezes em que você mesmo não bebendo, me pagou uma cerveja no botequim para que eu ficasse mais calma. Por me dar sempre força e acreditar em mim. Obrigada, minha amada.
Para as minhas Ibejis, Rachel Dantas e Silvinha Dufrayer, com todo o meu amor.
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