Guanabara, quantos poemas já ganhastes eu nem sei.
Mas hoje, paisagem, te conheço finalmente e digo
Mereces tantos poemas, quantos poetas há na face
Desta terra de cão, deste chão onde jazem imundos estes mesmos poetas.
Guanabara, no tempo de Kehinde ainda eras
Mas hoje já te fizeram tantas estradas
Ruelas,
Muralhas,
Pobres casas e barracões, imensos prédios cheios de nada.
Quantas lágrimas senhora Iemanjá chorou por ti
Mas quantas vezes deve ainda se mirar em teus espelhos de água salgada...
Sambo em teu louvor, aqui do alto do Outeiro
Por sua Glória observada de longe,
E receio, pintura, que não faça poema ou verso,
Mas faça questão de tê-la, a preço de ouro
Colocada à janela do quarto de dormir.